Época de construção
Séculos XII / XIII / XVII / XVIII
Classificação
Monumento Nacional, Decreto nº 37 728, DG, 1.ª série, n.º 4 de 05 janeiro 1950
Localização
Descrição
A origem do Mosteiro de Santa Maria das Júnias é incerta, no entanto, alguns autores defendem que este surge de um ermitério fundado no século IX. Em termos tipológicos enquadra-se no estilo românico, apresentando uma só nave com capela-mor de paredes retas e planta retangular, embora apresente também caraterísticas do estilo gótico.
Até meados do século XII os monges de Santa Maria das Júnias seguiram a regra beneditina, posteriormente, adotaram a regra de Cister. Quanto à filiação, estava ligado, em períodos alternados ao Mosteiro de Osseira (Galiza) e ao Mosteiro de Santa Maria do Bouro.
Uma inscrição gravada em dois silhares na fachada lateral Norte da igreja é a única data segura que se dispõe, « Era Mª Cª L XXXVª» que deve ser lida como «Era Hispânica de 1185, Anno Domini de 1147». Curiosamente, esta é a data que Dom Afonso Henriques conquista Lisboa aos mouros, com a preciosa ajuda do então bispo do Porto, Dom Pedro Pitões. Nas inquirições régias de D. Afonso III, em 1258, é referida uma doação de D. Afonso Henriques ao mosteiro e em 1271 este recebe 100 libras deixadas em testamento por D. Afonso III.
No final do século XV, depois da morte do abade Dom Gonçalo Coelho, o mosteiro entrou em decadência, tendo sido abandonado por volta de 1520, ano em que o comendatário Estevão da Costa, clérigo secular, tomou a seu cargo o governo da Igreja de Júnias.
Nos dias 27 e 28 de janeiro de 1533 o mosteiro foi visitado por Dom Edme de Saulieu, abade de Claraval. Segundo os relatos de Bronseval, que o acompanhou, à exceção da igreja, as dependências monásticas encontravam-se em ruínas e despojadas de monges. Em 1566 é retomada a vida monástica, passando a ter como abade regular Dom Valeriano de Villada.
Apesar de haver documentos que nos informam
sobre várias campanhas de refoma entre 1726 e 1728, segundo nos informa o visitador de Osseira, o Mosteiro encontrava-se em grande decadência, acabando mesmo por se extinguir a sua atividade em 1834 / 1935, tendo como último monge Frei Benito Gonçalves, que até falecer passou a ser pároco de São Rosendo de
Pitões.
Em 1986 a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais levou a efeito obras de recuperação e melhoramento.
Mais recentemente, em 1994 e 1995, o Parque Nacional da Peneda-Gerês promoveu uma intervenção arqueológica no claustro e na cozinha.
A igreja do mosteiro é palco de uma romaria anual, a 15 de agosto, a que acorrem gentes de Pitões das Júnias e de povoações vizinhas.
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